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Mário Ferreira

Adolescente, saiu de Portugal para conhecer mundo. Regressou decidido 36 mil milhas náuticas depois. Começou pela restauração e pela hotelaria, mas foi no Douro que encontrou inspiração e fortuna – dos cruzeiros fluviais ao Museu dos Descobrimentos que agora inaugurou, palco da viagem de barco do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, cuja fotografia se tornou viral nas redes sociais. Mário Ferreira, presidente da DouroAzul, que prevê faturar 36 milhões de euros neste ano, acorda às seis da manhã, diz que Portugal é um país de oportunidades.

 Sem medo de arregaçar as mangas, o empresário português Mário Ferreira, da Douro Azul, continua empenhado em levar a marca Douro além-fronteiras, ultrapassando, até, os limites espaciais. Com ele, a bordo da Spaceship da Virgin Galactic, vai levar uma garrafa de Vinho do Porto, o expoente máximo da região.

Que episódio da sua vida escolheria para abrir uma biografia?
O episódio mais marcante seria certamente o primeiro passo, a saída de casa e de Portugal aos 16 anos, contra a vontade do meu pai. Por muita confiança que sentisse, não deixava de ser, julgo ago­ra, um pouco leviana.

 Hoje tem dez barcos-hotel, três rabelos, um iate de luxo e, no Tejo, com cruzeiros de uma hora entre o Terreiro do Paço e a Torre de Belém, o Trafa­ria Praia, pavilhão de Portugal na Bienal de Veneza. Fale-me de números.
O nosso negócio é 97por cento para exportação. Para este ano esperamos 45 mil passageiros, sobretudo americanos, alemães e ingleses. Em 2013 os nossos autocarros turísticos transportaram 50 mil pessoas, faturámos 25 milhões de euros. Para este ano, es­tão previstos cerca de 36 milhões, com um EBITDA («lucros bru­tos») esperado de 12 milhões. Em março passado recebemos dois novos navios, construídos em Portugal, por portugueses e ain­da preciso de mais quatro. O que me falta são infraestruturas. Não tenho onde os pôr e precisamos urgentemente de mais cais. Ao início ninguém acreditava.

A própria banca não aderiu de imediato. Valeu-se do  QREN.
Esse é outro grande segredo destes 21 anos. O QREN está e sem­pre esteve disponível, em especial nos últimos 15 anos, para to­dos os que apresentem projetos válidos e nós, há quase duas dé­cadas, aproveitámos. O que custa é o primeiro. Tivemos suces­so com todos eles, nunca tivemos um atraso – cumprimos prazos de investimento, criámos novos postos de trabalho, várias cente­nas, estamos no mercado externo e essencialmente a exportar. Nunca falhando, o sucesso está garantido. Repare: imaginemos um investimento de dez milhões. É muito dinheiro. Mas 55 por cento vêm do QREN, a taxa zero, com um período de carência de três anos, devendo o empréstimo  ser reembolsado em quatro. Sobram 4, 5 milhões, mas como o QREN obrigava a ter um míni­mo de 25 por cento de capitais próprios, só há necessidade de ir buscar à banca dois milhões. A banca fica assim com um ativo de dez milhões por dois milhões. O apoio bancário, até internacio­nal, não é portanto um problema. Os contratos de pré-vendas por vários anos, garantindo a regularidade, também ajudam muito.

Mário Ferreira - Douro sobre azul

Mário Ferreira - O Senhor do Douro

Entrevista a Mário Ferreira, Presidente do grupo Douro Azul, no âmbito da Conferência "Turismo 2020: Plano de Ação para o Desenvolvimento do Turismo em Portugal, realizada no Porto no passado dia 29 de outubro.


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